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Guia Técnico - CODEC

Há muitas formas de se comprimir uma imagem de vídeo e cada qual, encontra um caminho lógico e natural, mas justamente, cada um desses caminhos irá escolher entre dois fatores básicos: a qualidade ou tamanho do arquivo. CODEC é o hardware ou software responsável pela compressão e descompressão de dados. Simples assim não é mesmo? Não, isso está muito longe da verdade. É aqui, que começamos esta nova jornada de estudos e da tradução sobre a tecnologia envolvida sobre o tema: CODEC.

 

Falar sobre as tecnologias envolvidas no Cinema Digital, é o mesmo que falar sobre a matemática implícita em seu raciocínio e isso, é um fato imutável. Abandonando por um momento, todo o romantismo projetado nos filmes e na própria televisão, aqui, eu vou trilhar um caminho mais lógico e palpável.


Há uma sucessão de reflexões matemáticas, que são muito simples e até simplórias, quando buscamos entender com a profundidade adequada, o tema CODEC. E acreditem, que ao final deste texto, muitos de vocês irão até ironizar as dificuldades, que encontraram no passado... Pelo menos, é o meu melhor desejo e esforço.


Como eu posso medir uma imagem em UHD com a devida propriedade? Aqui, iniciamos a nossa primeira reflexão na busca pelo conhecimento digital. Qual seria o fator determinante e que funciona sempre como denominador comum, nessa equação matemática? A minha mais justa resposta seria: o Pixel. É justamente o Pixel a nossa melhor unidade de medida, pois é este que determina sobretudo, o tamanho e a qualidade em uma imagem.


Se em uma imagem UHD, eu possuo uma distribuição de 3.840 pixels por 2.160 pixels, não seria justa nesse momento, uma simples conta de multiplicação, para determinarmos quantos pixels existem nessa imagem? Sim, esse seria o raciocínio mais simples. Encontraremos o resultado impressionante de 8 milhões, 294 mil e 400 pixels.


Talvez a palavra impressionante, não seria a melhor expressão gramatical diante de uma reflexão mais profunda, se colocarmos esses números diante da tecnologia de dados gerados por uma câmera fotográfica. Seria justo afirmar, que uma imagem UHD, dentro do universo DSLR, seria apenas um equipamento com um sensor com um pouco mais de 8 Megapixel... Mas é claro, que este tipo de comparação se tornou inevitável, mas com toda a certeza, muito injusta.


Existe sempre a dicotomia entre os universos da fotografia e do vídeo, mesmo quando há uma busca por misturar essas tecnologia, oriundas dos diversos fabricantes. Muito se ganha, muito se perde nesse tipo de realidade, mas eu não costumo dissertar muito sobre isso, porque no Cinema Digital precisamos de pelo menos vinte e quatro quadros por segundo e é justamente diante desse fato, que qualquer comparação entre esses dois universos deixa de ser importante ou até mesmo relevante.


Agora, uma excelente tradução não poderia deixar de ser descrita... Se em uma imagem UHD, eu possuo uma quantidade de mais de 8 milhões de pixels e este número também poderia ser traduzido, como sendo uma imagem com mais de 8 Megapixel, fica aqui mais uma reflexão importante... Se eu não comprimir esses dados e gravar um arquivo RAW, o tamanho do meu arquivo seria de pelo menos 8 MB por quadro, em uma imagem UHD.


Encontramos diversos modelos de camcorders no universo do Cinema Digital, que possuem essa fantástica característica de gerar arquivos UHD em RAW e produzem uma sequência de vinte e quatro quadros por segundo, sem aplicar qualquer tipo de compressão. Essa realidade, seria o quê de melhor podemos ter, em termos de qualidade numa imagem. Nada se perde, nada se comprime, mas existe sim, um alto preço por isso. Observem abaixo, uma livre simulação de dados de uma imagem UHD, em vinte e quadros por segundo, sem qualquer tipo de compressão:



  • UHD (3.840 x 2.160)

  • 8 milhões, 294 mil e 400 pixels

  • 8 Megapixel

  • 8 MB por quadro

  • 192 MB por segundo

  • 11,520 GB por minuto

  • 691,200 GB por hora



Seria justo afirmar, que um arquivo RAW é toda a informação, que está contida no sensor da camcorder e como não sofre qualquer tipo de compressão, este possuirá uma grande quantidade de dados e consequentemente, será um arquivo gigante. RAW quer dizer em inglês, não processado, ou simplesmente cru e ainda, poderia afirmar, que é em sua mais simples tradução, o arquivo nativo do sensor.


No topo da pirâmide da qualidade, o RAW é sem dúvida, a maneira mais ampla em se aproveitar todas as características e qualidades dos sensores. Isso se aplica tanto no universo do vídeo, quanto da fotografia. Seria ainda mais justo afirmar, que através do RAW, o vídeo UHD encontra a sua mais ampla aplicação.

  • Blackmagic Design URSA Mini Pro 4.6 K

  • 4.608 x 2.592

  • 11 milhões, 943 mil e 936 pixels

  • 11,9 Megapixel

  • Cinema RAW DNG (sem compressão)

  • 17 MB por quadro

  • 513 MB por segundo

  • 30,780 GB por minuto

  • 1,846 TB por hora



Atualmente, é chegada a hora de uma utilização mais racional dos dados, através dos arquivos RAW comprimidos, mas esse tipo de compressão é muito diferente de tudo o que vamos abordar sobre CODEC, porque quando se aplica algum tipo de compressão a um arquivo RAW, na verdade estamos ignorando uma parte dos dados.


É a mesma matemática contida em uma câmera fotográfica, e através dos arquivos RAW, você encontra opções de qualidade de imagem, que nada mais é do que a redução da quantidade de pixels registrada. O tamanho do arquivo RAW é reduzido em relação a toda a sua potencialidade, mas na verdade, nunca é um arquivo RAW comprimido. A matemática é simples nesse caso, uma parcela desses dados serão ignorados.



  • Blackmagic Design URSA Mini Pro 4.6 K

  • 4.608 x 2.592

  • 11 milhões, 943 mil e 936 pixels

  • 11,9 Megapixel

  • Cinema RAW DNG (compressão 3:1)

  • 6 MB por quadro

  • 180 MB por segundo

  • 10,800 GB por minuto

  • 648 GB por hora



  • Blackmagic Design URSA Mini Pro 4.6 K

  • 4.608 x 2.592

  • 11 milhões, 943 mil e 936 pixels

  • 11,9 Megapixel

  • Cinema RAW DNG (compressão 4:1)

  • 4,500 MB por quadro

  • 135 MB por segundo

  • 8,100 GB por minuto

  • 486 GB por hora



Nesse momento da nossa reflexão, fica clara a necessidade de se aplicar algum tipo de CODEC, para que se torne enfim, viáveis as nossas produções diárias. Nada contra em se trabalhar com arquivos RAW, mas novas portas se abrem através dos compressores.



FORMATO CODEC


Antes de tudo, vamos fazer uma importante distinção entre o quê é Formato e CODEC, pois muito se mistura e confunde, gerando assim, erros de concepção técnica. O Formato é a caixa aonde se guarda o arquivo de vídeo e é sempre denominado como ponto MOV, AVI, MP4 e etc. O Formato não determina a qualidade ou tamanho do arquivo, sendo apenas, o local aonde se armazena o arquivo. Já o CODEC, que em sua morfologia, é a simples união entre as palavras COMPRESSOR e DESCOMPRESSOR, este sim, é o responsável pela relação entre a qualidade e o tamanho final do arquivo.


Seria justa então, a afirmação de que a tecnologia aplicada ao CODEC, é determinante em todo o Fluxo de Trabalho porque novamente, estamos sempre escolhendo entre duas opções básicas: qualidade ou tamanho dos arquivos. Não importa qual seja o grau de desenvolvimento do vídeo, o grande desafio da tecnologia sempre estará atrelada à capacidade de armazenamento de dados, seja em velocidade de gravação ou de leitura desses mesmos dados.


Se toda a matemática é decorrente da observação de um problema, então a sua solução estará sempre baseada em métodos para se alcançar os resultados desejados. Quando aplicamos essa mesma matemática, para solucionarmos os problemas, para a redução da quantidade de dados em uma imagem UHD, é também natural, que algum tipo de método seja desenvolvido. E sim, o CODEC possui duas metodologias distintas para comprimir e descomprimir uma imagem e são denominadas como: INTRAFRAME e INTERFRAME.



O método de compressão INTRAFRAME é a solução baseada na compressão e descompressão individual de cada quadro contido num vídeo. Se a nossa taxa de quadros por segundo, for de vinte e quatro quadros por segundo, é natural afirmar, que cada um desses quadros foi comprimido e descomprimido individualmente.


O método de compressão INTRAFRAME é muito parecido com você dobrar o seu vídeo diversas vezes, para reduzir o tamanho original do quadro, similar a uma dobradura, que encontramos em um Origami, por exemplo. Seguindo essa analogia, imagine que um quadro de vídeo fosse uma folha de papel, mas que se eu manter em seu tamanho original, não irá caber dentro da caixa, que seria o nosso FORMATO (ponto MOV, AVI, MP4, etc). Assim, é fundamental reduzir o tamanho dessa folha de papel e dobramos esta algumas vezes, para justamente ser possível colocarmos essa informação dentro da caixa. Cada quadro contido em um vídeo é dobrado individualmente, mantendo uma alta qualidade de dados, mas reduzindo significativamente o tamanho final do arquivo.


Importante destacar, que através desse método de compressão INTRAFRAME, o tamanho dos seus arquivos ainda será grande, mas sendo em média, sete vezes menor que um arquivo original (RAW). E ainda, demandará um sistema potente de armazenamento de discos rígidos, baseado em RAID, mas não demandará muitos processadores de dados do seu computador.




O método de compressão INTERFRAME é a solução baseada na compressão e descompressão de grupos de quadros contidos num vídeo. Se a nossa taxa de quadros por segundo, for de vinte e quatro quadros por segundo, é natural afirmar, que a cada quinze quadros será efetuada a compressão e descompressão desse grupo.


Através deste método de compressão INTERFRAME existe a desconstrução de cada quadro, muito similar ao que ocorre com um arquivo ZIP, ou seja, é analisada as diferenças entre cada quadro e eliminadas as redundâncias. Particularmente, eu analiso o INTERFRAME como sendo o processo de você amassar uma folha de papel, para que esta fique cada vez menor e caiba em caixas (FORMATOS) menores.


Aqui é necessária uma importante reflexão sobre este método de compressão INTERFRAME, pois irá demandar uma grande capacidade de computação dos processadores, porque a cada grupo de quadros, o seu computador precisará reconstruir os quadros contidos em cada grupo, e assim, deixará a sua estação de edição mais lenta, justamente por exigir a reconstrução de cada quadro.


Mas ainda, este método de compressão INTERFRAME reduzirá de maneira significativa o tamanho final dos seus arquivos, reduzindo custos com cartões de memória e com sistemas de armazenamento de discos rígidos. Existe sem dúvidas, uma relação importante em cada método de compressão e novamente, destacamos os dois fatores básicos determinantes em cada uma das escolhas: qualidade ou tamanho.


Seria justo afirmar, que o INTERFRAME determina maior qualidade de imagem e maior espaço de arquivo e o INTERFRAME determina menor qualidade de imagem e menor espaço de arquivo. Mas como isso se traduz, através da diversas opções de tecnologias encontradas no mercado?

  • Sony Alpha A7R-III

  • 7.952 x 5.304

  • 42 milhões, 177 mil e 408 pixels

  • 42,1 Megapixel

  • Gravação interna de vídeo UHD (3.840 x 2.160)

  • Compressor XAVC-S (H.264)

  • Método de compressão INTERFRAME

  • Taxa de dados de gravação 100 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 23.98

  • Amostragem de cor 4:2:0

  • Profundidade de cor 8 bit

  • 0.521 MB por quadro

  • 12,500 MB por segundo

  • 750 MB por minuto

  • 45 GB por hora



Quando colocamos todas as tecnologias diante do prisma da matemática, muita informação vem à tona e traz grandes e inusitadas surpresas. É muito comum, que certas tecnologias sejam interpretadas erroneamente pelos consumidores finais, justamente pela mistura entre os universos da fotografia e do vídeo.


Por exemplo, A Sony Alpha A7R-III possui um sensor com mais de 42 Megapixel, o que é sensacional para uma fotografia, mas entrega para um vídeo UHD, apenas uma taxa de gravação interna de dados de 100 Mb/s. E ainda, através do método de compressão INTERFRAME, a Sony A7R-III oferece uma viável opção de custo de gravação. Fica óbvia então, a escolha do fabricante pela redução no tamanho dos arquivos de vídeo e sim, privilegia a qualidade de suas fotografias.


Mas todas essas informações serão determinantes para a escolha dessa camcorder para o universo do vídeo? Não, porque há muitos outros fatores, que trazem à reflexão, como por exemplo, a bela textura que este sensor oferece ao vídeo e a aplicação de S-LOG3. E ainda, mesmo diante de uma gravação interna com baixas taxas de gravação, é sempre possível a conexão de cabo HDMI 2.0 e a sua gravação externa.


Diante dessa nova situação, com a utilização de um gravador externo, novos e mais robustos compressores poderão ser aplicados ao Fluxo de Trabalho. O quê de mais importante deve ser sempre levado em consideração, é que é impossível uma união estável entre os universos da fotografia e do vídeo, porque sempre um desses universos será privilegiado. A reflexão técnica e o desenvolvimento correto do seu Fluxo de Trabalho, sempre será o melhor caminho.


No caso específico da Sony A7R-III, esta é uma excelente câmera fotográfica e oferece também uma opção acessível e de baixo custo de gravação interna de vídeo e que ainda, pode oferecer uma opção ainda mais robusta de gravação externa de vídeos.

  • Panasonic Lumix DC-GH5

  • 5.184 x 3.888

  • 20 milhões, 155 mil e 392 pixels

  • 20,1 Megapixel

  • Gravação interna de vídeo UHD (3.840 x 2.160)

  • Compressor H.264

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 400 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 23.98

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 10 bit

  • 2,085 MB por quadro

  • 50 MB por segundo

  • 3 GB por minuto

  • 180 GB por hora



Seria impossível, não notar as características de vídeo disponíveis na Panasonic Lumix DC-GH5. De imediato, fica a certa impressão de que esta câmera fotográfica, pertence mais ao universo do vídeo, mesmo sendo bastante injusto com as suas características fotográficas. Mas em um mundo de comparações inevitáveis, este equipamento oferece quatro vezes mais qualidade de arquivo destinado ao vídeo, do que a sua concorrente Sony A7R-III.


E ainda, possui uma amostragem de cor 4:2:2, uma profundidade de cor de 10 bit e um método de compressão INTRAFRAME. Somando-se todas essas características de vídeo, a Panasonic Lumix DC-GH5 é uma excelente camcorder e faz parte de um restrito grupo de equipamentos destinados ao Cinema Digital, que dispensam o uso de gravadores externos.


Mas é claro, que sempre existe um porém, um detalhe técnico importante e que traz à tona uma grande preocupação... O seu fator de CROP de 2.0. A Panasonic Lumix DC-GH5 utiliza um sensor Micro Four Third e isso se traduz em uma baixa amplitude de campo. Uma imagem grande angular é algo difícil de ser alcançado, devido a limitação do seu sensor, sendo prudente então, a utilização de um adaptador Metabone, que irá reduzir o fator de CROP e ampliará a utilização de lentes de outros fabricantes, como Canon e Nikon. Novamente, é impossível a união estável entre os universos da fotografia e do vídeo.

  • Canon EOS 5D Mark IV

  • 6.720 x 4.480

  • 30 milhões, 105 mil e 600 pixels

  • 30,1 Megapixel

  • Gravação interna de vídeo 4K DCI (4.096 x 2.160)

  • Compressor M-JPEG

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 500 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 23.98

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 8 bit

  • 2,606 MB por quadro

  • 62,500 MB por segundo

  • 3,750 GB por minuto

  • 225 GB por hora



Se pudermos nomear o responsável pela grande bagunça, que hoje encontramos no mercado, seria a Canon, porque trouxe gradualmente o universo da fotografia para o vídeo. Muitos erros e equívocos foram realizados durante o processo, mas é incrível observar até aonde chegou este fabricante de câmeras fotográficas, como por exemplo, através da sua camcorder EOS C-700. Impressionante.


O compressor M-JPEG é uma escolha interessante... Vocês já notaram, que as especificações do compressor de vídeo utilizado pela Canon EOS 5D Mark IV, são as mesmas de um arquivo DCP? Começa a fazer sentido as escolhas recentes da Canon, em relação a sua linha de camcorder para o Cinema DIgital. Vocês percebem agora um novo ponto de vista sobre a Canon agora?


No início dessa transição entre universos, e quando as primeiras câmeras fotográficas gravavam imagens em alta definição, a Canon adotou o compressor H.264 INTERFRAME como solução técnica. Particularmente, eu gostaria que esse compressor nunca fosse utilizado como fonte de gravação original das cenas e sim, apenas utilizado como compressor para a exibição na internet.


Logo em seguida, a Canon disponibilizou o compressor H.264 INTRAFRAME (ALL-I) para a sua linha de câmeras fotográficas e que também ofereciam a gravação de imagens em alta definição. Ainda assim, era uma imagem muito comprimida e de difícil manuseio nas estações de edição, não por causa do seu método de compressão, mas justamente por causa da permanência do compressor H.264. Um grande erro, na minha avaliação particular.


Mas quando a Canon passou a oferecer a gravação interna em 4K DCI é que enfim, o compressor foi alterado para M-JPEG e com a utilização de altas taxas de gravação de dados. Equilíbrio e bom senso eu diria, porque une de maneira saudável o sensor FULL FRAME e um sólido compressor.


Hoje eu diria, que é muito provável que a época das DSLR esteja próxima de seu término e que a nova onda MIRRORLESS esteja em pleno desenvolvimento. Tendências eu diria. Mas eu também não poderia deixar de dizer, que a Canon é sim responsável pela grande mudança tecnológica do vídeo e do Cinema Digital e que as suas novas camcorders, tenham vida longa e de constante desenvolvimento tecnológico.

  • Sony PXW-FS7 M2

  • 4.096 x 2.160

  • 8 milhões, 847 mil e 360 pixels

  • 8,8 Megapixel

  • Gravação interna de vídeo UHD (3.840 x 2.160)

  • Compressor XAVC-I (H.264)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 240 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 23.98

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 10 bit

  • 1,251 MB por quadro

  • 30 MB por segundo

  • 1,800 GB por minuto

  • 108 GB por hora



Se eu fosse elaborar, uma avaliação técnica mais flexível a respeito da nova camcorder da Sony, PXW-FS7 M2, eu diria, que este equipamento é tudo o que a câmera fotográfica Sony Alpha A7R-III deveria ser. O seu compressor XAVC-I utiliza o método INTRAFRAME e com uma taxa de gravação de dados com 240 Mb/s e ainda, oferece uma amostragem de cor 4:2:2 e uma profundidade de cor de 10 bit.


Traduzindo tudo isso para o português, é um equipamento muito equilibrado em todas as suas características, pois oferece todas as opções de uma camcorder Broadcast e traz novidades como o seu Filtro Eletrônico de Densidade Neutra. Tudo isso dentro de um orçamento muito acessível.


Aliás, se existisse uma receita de bolo para se fazer um bom compressor, eu diria, que primeiro adicionamos um método INTRAFRAME, depois misturamos com uma amostragem de cor 4:2:2 e por fim, colocamos a cobertura de 10 bit de profundidade de cor.



  • Panasonic AU-EVA1

  • 5.720 x 3.016

  • 17 milhões, 251 mil e 520 pixels

  • 17,2 Megapixel

  • Gravação interna de vídeo 4K DCI (4.096 x 2.160)

  • Compressor H.264

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 400 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 23.98

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 10 bit

  • 2,085 MB por quadro

  • 50 MB por segundo

  • 3 GB por minuto

  • 180 GB por hora


Dando continuidade a uma avaliação técnica mais flexível, é impossível não comparar a AU-EVA1 como sendo a evolução natural da Lumix DC-GH5. Basicamente o compressor é idêntico, utilizando o mesmo método INTRAFRAME e todas as demais especificações técnicas, mas sobretudo atualizando e consertando as limitações do sensor.


Aqui se faz necessária uma importante reflexão, que é a utilização de um sensor de 5,7K de tamanho, sendo o coração central para a geração de uma imagem 4K DCI. É muita informação para um arquivo "pequeno" de 4K DCI. São mais de 17 Megapixel para um arquivo de 8 Megapixel e isso sim, é uma tendência natural da tecnologia atual, oferecer sensores gigantes para uma super amostragem contida em arquivos "pequenos".


Aliás, a Panasonic sempre me surpreende com as suas mudanças de direção e traz opções de compressores incríveis para a gravação interna das suas camcorders.



Até agora, vimos várias opções de compressores disponíveis para a gravação interna nas camcorder de diversos fabricantes, mas é claro, que isso não nos impede de gravar as imagens externamente, através de gravadores como o Atomos ou Convergent Design. A grande vantagem de se utilizar um gravador externo é a de justamente, aplicarmos compressores ainda mais robustos como por exemplo, o Apple ProRes ou Avid DNxHR.


Todos nós podemos perceber, que em cada equipamento existe um uma gama de opções de sensores, tamanhos, compressores, etc e para se construir um correto Fluxo de Trabalho, seria natural a ponderação de todas as opções disponíveis e claro, que a utilização de um gravador externo é muito mais do que bem vinda.


Retomando a dissertação sobre a Canon e a utilização de seus compressores H.264 para a gravação de imagens de alta definição, ficou claro para todos os profissionais as dificuldades e problemas na utilização de um compressor tão complicado e sim, algo deveria ser feito para solucionar esse problema. Então, mais do que natural, os profissionais começaram a buscar novas alternativas para as suas produções e então, praticamente foi padronizado a utilização de gravadores externos conectados às câmeras fotográficas.



Hoje, a melhor maneira de preservar a qualidade das suas imagens é através de um compressor robusto e que esteja tecnicamente correto ao seu equipamento. Nem sempre essa dinâmica é entendida ou correspondida pelos profissionais, muitas vezes por exagerar na hora de escolher o seu compressor ou por continuamente converter as suas imagens de maneira desordenada.


A Apple ProRes é sem dúvida, o compressor mais preparado para atender a todas as demandas técnicas dos profissionais e de suas produções diárias, seja pela flexibilidade de opções de taxa de dados de gravação ou até mesmo, pela diversidade de tamanhos de imagens.



  • Apple ProRes 4444 XQ (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 1.697 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:4:4

  • Profundidade de cor 12 bit

  • 8,838 MB por quadro

  • 212,125 MB por segundo

  • 12,727 GB por minuto

  • 763,650 GB por hora



A Apple ProRes 4444 XQ é o melhor e mais robusto compressor e seria justo dizer, que apesar de ser um compressor, basicamente oferece uma imagem sem compressão. A sua amostragem de cor de 4:4:4 garantirá, que nada, nada mesmo seja perdido ou descartado nas cores da sua imagem e ainda, com a sua profundidade de cor de 12 bit, é a taxa máxima que um vídeo pode ter e suportar.


Vocês se recordam do início desta matéria, quando eu exemplifiquei, que em uma imagem UHD sem compressão, nós encontraríamos 8 Megapixel e um quadro com mais de 8 MB? Pois bem, nesse compressor encontramos uma taxa de dados de 8,838 MB por quadro. Agora fica mais fácil de entender as relações entre quantidade de pixels e seu respectivo tamanho? E ainda, que as taxas de dados de gravação variam de acordo com as taxas de quadros?


A matemática traduz para o português muitas das características encontradas no Cinema Digital e se vocês desejam desenvolver um correto Fluxo de Trabalho, muitas contas deverão ser feitas. Um detalhe importante a destacar, um arquivo RAW ainda não é e nunca será um arquivo de vídeo, por isso se pensarmos no compressor Apple ProRes 4444 XQ, como o melhor tradutor entre um arquivo RAW e um arquivo de vídeo, nós estaremos mais do que corretos.



  • Apple ProRes 4444 (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 1.131 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:4:4

  • Profundidade de cor 10 bit

  • 5,890 MB por quadro

  • 141,375 MB por segundo

  • 8,482 GB por minuto

  • 508,950 GB por hora

O Apple ProRes 4444 irá manter a amostragem de cor em 4:4:4, mas agora funcionando como um compressor natural, reduzindo de maneira muito discreta os dados contidos na nossa imagem e ainda, garantindo uma amostragem de cor de 10 bit, mas ainda assim, gerando um arquivo de quase 6 MB por quadro.


Nesse universo paralelo de compressores ProRes, as taxas de dados de gravação são destinadas sempre a manter a qualidade do vídeo e a grande reflexão a ser feita é a de justamente observarmos as características da camcorder, para não cometermos nenhum tipo de exagero técnico. Por exemplo, utilizar um compressor que mantém uma amostragem de cor em 4:4:4, só é justificável, se a minha camcorder estiver gerando a mesma amostragem de cor, ou se eu estiver convertendo um arquivo RAW para esse compressor.



  • Apple ProRes 422 HQ (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 754 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 10 bit

  • 3.927 MB por quadro

  • 94,250 MB por segundo

  • 5,655 GB por minuto

  • 339,300 GB por hora



O Apple ProRes 422 HQ já está bem mais próxima da realidade de todos nós, porque é em sua essência, um padrão de qualidade estabelecido por grande parte do mercado. E ainda, uma grande maioria das câmeras e camcorders, enviam um sinal externo através da amostragem de cor 4:2:2 e da profundidade de cor 10 bit.


Novamente uma reflexão simples... Se a minha câmera ou camcorder gera um sinal de vídeo externo numa amostragem de cor 4:2:2, mas a sua profundidade de cor é de apenas 8 bit, vale a pena utilizar o Apple ProRes 422 HQ? A minha resposta mais honesta seria: não!


Além da matemática envolvida nos compressores, deve sim, existir uma honesta reflexão entre o que é aplicável e o que é apenas uma utilização desnecessária de espaço de disco rígido. Bom, pelo menos essa é a minha opinião.



  • Apple ProRes 422 (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 503 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 8 bit

  • 2.619 MB por quadro

  • 62,875 MB por segundo

  • 3,772 GB por minuto

  • 226,350 GB por hora



O Apple ProRes 422 poderia ser nomeado como um similar à qualidade Broadcast no mundo, pois desde o passado da utilização das fitas Betacam SP, as emissoras de televisão mantém como padrão de qualidade, justamente uma amostragem de cor 4:2:2 e uma profundidade de cor de 8 bit. Seria o mesmo que dizer, que este compressor, é o nosso "feijão com arroz", a nossa realidade diária.


Mas ainda assim, não podemos deixar de observar, que mesmo sendo um compressor mais do dia a dia, as suas taxas de gravação de dados são bem altas e geram também um custo elevado às produções. Há uma questão hoje sobre o color grading, que de certa maneira determinou, que uma imagem para ser colorizada, necessita de uma profundidade de cor de 10 bit e eu concordo com isso.


Continuando com essa reflexão, este compressor seria ideal, para quando você não necessitar de um color grading muito avançado e ter uma produção mais acessível e de prazo de entrega mais apertado.



  • Apple ProRes 422 LT (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 350 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 8 bit

  • 1.822 MB por quadro

  • 43,750 MB por segundo

  • 2,625 GB por minuto

  • 157,500 GB por hora



O Apple ProRes 422 LT já é mais destinado à economia de custos em uma produção, pois irá reduzir significativamente a utilização dos espaços em discos rígidos, como por exemplo, em uma empresa ou emissora de televisão, que utiliza servidores em rede. É eficiente, econômico e viável ao tráfego de dados numa rede.


É muito interessante observarmos as taxas de gravação de dados do ProRes e compararmos aos outros compressores, que comumente encontramos nas camcorders. Parece que estamos vivendo em universos paralelos, aonde o Apple ProRes seria um compressor de primeira classe e os demais compressores, apenas meros coadjuvantes.


A versão de compressor econômico da Apple ProRes 422 LT, seria com a sua taxa de gravação de dados com 350 Mb/s, quase equivalente à Panasonic AU-EVA1 (400 Mb/s), superior à Sony PXW-FS7 M2 (240 Mb/s) e inferior à Canon EOS 5D Mark IV (500 Mb/s). Como eu mencionei, o universo Apple ProRes, é um universo paralelo e traz à tona importantes reflexões, sobre a qualidade de dados, encontrados nos principais equipamentos do mercado.



  • Apple ProRes 422 Proxy (4K DCI - 4.096 x 2.160)

  • Método de compressão INTRAFRAME

  • Taxa de dados de gravação 155 Mb/s

  • Taxa de quadros de gravação 24

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 8 bit

  • 0,807 MB por quadro

  • 19,375 MB por segundo

  • 1,162 GB por minuto

  • 69,750 GB por hora



O Apple ProRes 422 Proxy é destinado, como seu nome mesmo determina, à geração de arquivos leves (Proxy) e que são utilizados para edições offline nas estações de trabalho. Esse tipo de estrutura de Fluxo de Trabalho, aonde se mantém os arquivos originais e que contém uma taxa de dados de gravação bem elevada, mas ao mesmo tempo, convertem-se estes mesmos arquivos, através de um compressor leve, como o Apple ProRes 422 Proxy, é na minha avaliação, uma das melhores estruturas de trabalho, mas que claro, demanda organização e conhecimento técnico.


Ampliando essa reflexão, eu não poderia de destacar e de comparar a taxa de gravação de dados do Apple ProRes 422 Proxy, com a maioria dos compressores utilizados nas câmeras fotográficas, como por exemplo, a Sony Alpha A7R-III, porque novamente, são universos paralelos e distantes.


O Apple ProRes 422 Proxy possui uma taxa de gravação de dados de 155 Mb/s, enquanto que o XAVC-S da Sony, possui apenas uma taxa de 100 Mb/s. Isso faz algum sentido para vocês? Diante da concepção técnica da Apple, um compressor destinado à geração de arquivo offline deve ter 155 Mb/s, enquanto diante da concepção da Sony, um compressor XAVC-S deve oferecer apenas 100 Mb/s.


Essa simbiose que encontramos entre a fotografia e o vídeo possui discrepâncias estranhas e eu não sei ao certo, aonde começa um e termina o outro. Novamente, não é possível uma união estável entre esses dois universos.


Quando eu tive o interesse em dissertar sobre o tema CODEC, a minha primeira intenção, foi a de justamente trazer luz à cena, comparar equipamentos e sobretudo, estimular a reflexão de todos vocês, que estão lendo esta matéria. Muito longe de desejar influenciar opiniões, ou de estipular verdades, a minha busca sempre é a de impulsionar reflexões sobre a nossa tecnologia e sempre respeitando a todos os fabricantes.


Traduzir tecnologia nunca é tarefa fácil, pois são muito fatores a serem observados. A matemática ajuda muito nessas contas e ponderações, mas esta nem sempre é suficiente e devemos sim, ampliar ainda mais a reflexão. Existe um fator econômico muito latente hoje e que reduziu e muito as ações dos nossos profissionais e isso é um fato, que deve ser levado em grande consideração.


Talvez esta crise econômica esteja mudando os hábitos do mercado e retrocedendo padrões de qualidade já anteriormente estipulados, mas independentemente do que nos aguarda no futuro próximo, a reflexão deve ser a nossa primeira ferramenta de trabalho. E vamos em frente!!!

 


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