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Sony - A7R III

  • Foto do escritor: Marcello Caldin
    Marcello Caldin
  • 24 de nov. de 2017
  • 20 min de leitura

De volta ao jogo, entre a fotografia e o vídeo, aonde fica difícil e às vezes bem complicado entender, qual é a real aplicação de uma tecnologia. A nova câmera fotográfica da Sony, modelo A7R III, chegará ao mercado em breve, trazendo é claro, novas e excitantes atualizações e eu começo a escrever esta nova matéria, através desta reflexão primária: Esta é uma câmera fotográfica criada para os fotógrafos ou para os cineastas?


Há tempos, as margens que demarcavam os territórios, entre a fotografia e o cinema, simplesmente deixaram de existir, ou sendo até mais conservador, estão de certa maneira "embaçadas". E é justamente este tipo de "névoa", que recai sobre a tecnologia atual, sendo um grande desafio entender os seus limites e as suas corretas aplicações.


Como todos vocês, eu também trabalho há anos com este tipo de tecnologia, oriunda da fotografia e com a sua aplicação destinada ao vídeo e confesso, que a cada dia estou mais confiante e confortável com os resultados obtidos.


Uma câmera fotográfica que possui recursos de gravação de vídeo, sempre deve ser compreendida como uma tecnologia híbrida, ou seja, que pode atuar em ambos os universos, mas que também, nunca será perfeita para o vídeo, porque afinal, em sua essência é e sempre será uma câmera fotográfica. Isso não desqualifica em nenhum momento, as suas aplicações ao vídeo, mas que devemos entender mais profundamente os seus recursos técnicos.


A nova câmera fotográfica da Sony, A7R III, traz em sua primeira observação, a utilização de um sensor 35mm Full Frame e com expressivos 42.4 megapixel (7.952 x 5.304 pixels efetivos). E é justamente avaliando as dimensões deste super sensor, que faço a minha primeira reflexão...


Este é um sensor com uma proporção de aspecto de 3:2, ou seja, não foi criado para ser aplicado para a proporção de aspecto de vídeo de 16:9. Afinal, temos para a fotografia, uma proporção de aspecto quase quadrada (3:2) e uma outra retangular (16:9) para o vídeo. Perceberam o dilema das proporções diferentes? Espero que sim... E este dilema, entre as diferentes proporções de aspecto, que encontramos para a fotografia e o vídeo, é o que de mais conflitante e confuso temos hoje. Simplesmente, não se encaixam.


Nesse momento é muito válido um exemplo simples, que tivemos recentemente durante a transição entre a televisão analógica e a digital de alta definição, pois também existiam diferenças importantes na proporção de aspecto. De uma lado a televisão analógica, com uma proporção de aspecto de 4:3 (quase quadrada) e de outro lado, a televisão digital de alta definição, com uma proporção de aspecto de 16:9 (retangular). Resumindo, também não encaixava!




Vamos entender melhor isso... No passado recente, quando tínhamos a utilização dos negativos para registrar as fotografias e o universo digital estava propondo a sua migração, uma pergunta muito simples foi feita pelos fotógrafos: Qual deveria ser o tamanho do sensor digital, para se ter a mesma qualidade encontrada em um negativo fotográfico 35mm?


A resposta... o sensor digital deveria ter uma dimensão física de 36mm x 24mm. Claro que para este momento, estou utilizando um padrão de medida em milímetros, para justamente equiparar o negativo fotográfico antigo, com uma superfície disponível em um sensor digital. Faz sentido? Espero que sim, pois tudo tem um princípio técnico envolvido. E assim, este sensor digital, com a dimensão física de 36mm x 24mm, foi denominado de sensor 35mm Full Frame.


Então seria justo e correto afirmar, que um sensor digital de 35mm Full Frame oferece a mesma qualidade, que encontrávamos em um negativo tradicional. Então, seria ainda mais justo afirmar, que a câmera da Sony A7R III é uma câmera profissional para a fotografia, pois em seu coração encontramos um sensor 35mm Full Frame. Importante sempre partirmos de uma reflexão e de sua correta resposta.


Mas é claro, que mesmo diante desse dilema envolvendo as diferenças de proporção de aspecto, há muito a ser oferecido pelo sensor 35mm Full Frame da Sony A7R III, especificamente para uma gravação de vídeo, bastando enfim, utilizar uma área menor deste sensor, mas agora, utilizando uma proporção de aspecto correta ao vídeo (16:9). Enfim, teremos uma solução lógica para gravarmos vídeo, através de um sensor de fotografia!!!




Observem o gráfico acima e vocês poderão entender como a Sony utilizou, o sensor Full Frame da A7R III, para a gravação de vídeos 4K. Tudo tem início através do seu super sensor, com mais de 42 megapixel e é claro, que essa quantidade de pixels está muito acima do que necessitamos em um vídeo 4K. E este, é com certeza, o ponto que mais incomoda aos profissionais de vídeo, justamente por entenderem, que em termos de qualidade e quantidade de pixels, a fotografia está a ano-luz de distância do vídeo. Praticamente a fotografia vive em uma galáxia muito, muito distante do vídeo...


Além disso, é necessário adequar a proporção de aspecto do sensor Full Frame (3:2), para o vídeo (16:9). Novamente, o raciocínio é geométrico, a Sony reservou as dimensões de um sensor Super 35mm, dentro do sensor Full Frame. Simplesmente, a Sony reservou um retângulo de pixels, dentro do sensor quase quadrado. Faz sentido para vocês? Espero que sim, pois na maioria das câmeras fotográficas, que têm a habilidade de também gravarem vídeos, este será sempre o raciocínio lógico dessa tecnologia híbrida. Mas tem muito mais ainda a ser entendido...



A área reservada dentro do sensor para o vídeo, tem a dimensão de 5K (5.176 x 2.924 pixels) ou seja, uma área com mais de 15 megapixel e assim, promove uma super amostragem de pixels para serem enfim, transformados em um vídeo 4K (3.840 x 2.160 pixels). E é claro, que justamente este vídeo em 4K, apresentará uma qualidade ainda melhor em termos de detalhes e resolução das imagens, pois será construído através de uma informação quase duas vezes maior. Agora, faz ainda mais sentido para vocês? A matemática sempre nos ajuda!



  • Sony A7R III - Sensor 35mm Full Frame - 7.952 x 5.304 = 42.4 megapixel

  • Super amostragem de 5K - Sensor Super 35mm - 5.176 x 2.924 = 15 megapixel

  • Vídeo em 4K - 3.840 x 2.160 = 8 megapixel

Impressionante os resultados nas imagens e de como observamos, além de uma textura muito particular, em toda a linha de câmeras fotográficas da Sony, também uma definição nos detalhes. Muitas vezes, conversando com diretores de fotografia, justamente essa textura, é muito notada e apreciada. E todos esses resultados devem ser estudados com uma maior reflexão.


Normalmente eu sou bastante reticente às imagens de vídeo, oriundas de câmeras fotográficas, porque entendo, que uma tecnologia híbrida, tem sempre ferramentas e características especiais e que se não forem bem administradas, trazem inúmeros problemas e dificuldades durante todo o Fluxo de Trabalho.


Quando se trabalha gravando vídeo através de uma câmera fotográfica, é muito comum perceber um certo "foco doce", justamente porque este tipo de tecnologia, destinada em sua essência à fotografia, mistura os pixels através de filtro específico (optical low-pass filter), na busca de texturas de pele mais suaves. Para a fotografia, esse tipo de recurso é muito importante e produtivo, mas já para o vídeo se transforma num grande problema. Felizmente, para os cineastas, este recurso (optical loss-pass filter) é eliminado na nova A7R III. Felizmente também, para os fotógrafos, que buscam por imagens mais definidas.


Hoje há um certo desconforto sobre este tema, em utilizar ou não o optical low-pass filter nas câmeras fotográficas, porque alguns profissionais vão mencionar os problemas de "moiré" em certas situações de vídeo, mas a super amostragem 5K promete justamente reduzir isso. É impossível hoje, desconectar os dois universos, seja o da fotografia ou seja o do vídeo, porque as demandas dos profissionais atingem diretamente aos fabricantes, e estes, acabam por corrigir, incluir, excluir ou até mesmo, recriar certas características dessas novas tecnologias híbridas.


Fazendo ainda uma extensão dessa reflexão, seria ainda mais justo dizer, que não seria a tecnologia em si híbrida, mas sim os seus profissionais, que transitam entre os universos da fotografia e do vídeo com uma naturalidade tão grande, que obrigam justamente aos fabricantes, esse tipo de equilíbrio em seus equipamentos.



Para todo e qualquer cineasta, que busca justamente por imagens com características especiais, é mais do que fundamental, que a tecnologia de captação tenha ferramentas avançadas, desde o seu sensor até a gravação dos arquivos de vídeo. Verdade seja dita, em um Fluxo de Trabalho destinado ao cinema, documentário ou série televisiva, um arquivo RAW é o seu melhor companheiro de profissão, mas isso tem um custo significativo na sua produção, porque abrange desde os cartões de memória de alta capacidade e performance, passando pelos discos RAID e até chegar nas estações de edição e pós-produção. Tudo é muito caro.


Mas existe sim, uma opção alternativa aos arquivos RAW, que são os arquivos de vídeo com LUTs (Look of table) como por exemplo, o S-LOG2 e S-LOG3, que encontramos hoje disponíveis na câmera da Sony A7R III. Entendendo o RAW, como um negativo digital, a tecnologia de LOG é uma solução semelhante ao de se escanear este negativo digital, através de curvas de gama e de transformá-lo em um arquivo de vídeo, mais leve e acessível.


O LUT (Look of table) é um perfil de imagem, que atua como um tradutor entre espaços de cor e também, como um "Look" de gradação de cor, comumente encontrado em programas como o BlackMagic Design DaVinci Resolve 14.


Um arquivo de vídeo gravado através do processo de LOG, preservará todas as características de latitude, oriundas dos sensores e assim, todo o processo de gradação de cor será feito, de maneira semelhante ao de um arquivo RAW. A Sony A7R III possui um sensor 35mm Full Frame e que habilita o registro de uma escala dinâmica com até 14 escalas em vídeo e através do LOG, preservará também todas essas informações luminosas.


O S-LOG3 é um novo perfil de imagem disponível na Sony A7R III e trabalha preservando ainda mais as áreas médias (41%) e altas (93%). Em relação ao S-LOG2, existe um ganho significativo nas áreas médias e uma preservação dos picos das altas. Sem dúvida, um avanço importante! A gravação das imagens em vídeo realizadas, através de S-LOG2 ou S-LOG3, obrigam a existência do processo de gradação de cor e da tradução dos espaços de cor.


Agora, refletindo um pouco mais sobre arquivos de vídeo e que são oriundos da tecnologia LOG, você pode desenvolver o seu Fluxo de Trabalho de muitas maneiras. Você pode abrir esses vídeos naturalmente dentro dos programas de edição, que hoje em dia, já disponibilizam ferramentas de aplicação de LUTs (Look of Table), justamente para traduzir um S-LOG2 ou S-LOG3, para um espaço de cor específico, como para a alta definição e para a ultra alta definição. Esse processo é muito fácil e tranquilo, além de ser o caminho mais utilizado atualmente.


Também, podemos seguir o caminho de estrutura de Fluxo de Trabalho mais avançado, abrindo e editando os arquivos de vídeo S-LOG2 e S-LOG3 nos programas de edição, exportar a timeline através de extensões XML ou AAF e então, fazer a gradação de cor em programas como o DaVinci Resolve 14. Esse processo está ganhando força, justamente porque a tecnologia está a cada dia mais acessível e os profissionais estão à procura de resultados ainda mais elevados.



S-LOG2 convertido para Rec709 (Sony Catalyst Browse)


Até aqui, acredito que todos vocês estão acompanhando este raciocínio e concordando com os dois primeiros caminhos de Fluxo de Trabalho, pois são semelhantes ao que todos fazem hoje. Agora, e se expandíssemos ainda mais a estrutura do nosso Fluxo de Trabalho? Vamos refletir um pouco mais sobre o tema ...


Observando o Fluxo de Trabalho, como todos os procedimentos técnicos envolvidos durante a produção do seu vídeo, podemos ser ainda mais organizados e produtivos. Eu atuo muito como Logger nas produções de filmes e é claro, que confesso a minha mania por organização e preservação dos arquivos recebidos. E ainda, sempre penso em como agilizar os processos nos Fluxos de Trabalho. Você já conhece o produto da Sony, o Catalyst Production Suite?






Eu sempre penso no Fluxo de Trabalho e em como eu posso ampliar as minhas funções, mas indo além desse raciocínio, sobretudo quando estamos falando sobre o manuseio de muitos dados, tenho certas preocupações pertinentes a isso. Por exemplo: Qual a importância, que vocês dão durante o processo de copiagem dos cartões de memória? Existe algum tipo de verificação dessa copiagem? Vamos ampliar a reflexão...


Se considerarmos o pixel como unidade de medida e que cada equipamento oferece uma quantidade específica de pixels, então seria justo afirmar, que quanto maior a quantidade de pixels, maior será a quantidade de dados. Faz sentido para vocês? E fazendo uma tradução literal sobre isso, todos nós somos produtores de pixels, simples assim.


Por isso, a minha sugestão sobre o Sony Catalyst Production Suite, que justamente vai acessar esses dados e copiá-los com uma verificação apurada, ou seja, vocês terão a certeza de que todos os dados, que estavam nos cartões de memória, foram copiados corretamente. E esse, é o ponto da minha reflexão: Qual é o grau de segurança, que você utiliza nos processos de copiagem dos dados?






O Sony Catalyst Production Suite irá acessar tranquilamente os arquivos de vídeo em S-LOG2 e S-LOG3 e ainda, oferecerá muitas opções para agilizar o seu Fluxo de Trabalho. Já vimos, que a proteção dos dados durante o processo de copiagem é um dos fatores mais importantes, mas com certeza, encontraremos muitas outras, como por exemplo, a aplicação de LUTs específicos para outros espaços de cor, como o Rec 709 e Rec 2020. Já imaginou, que simultâneo ao processo de copiagem e verificação de dados, vocês já pudessem transformar uma cena S-LOG2 para o Rec 709? Tudo isso é possível com este produto da Sony.


A grande reflexão que eu sempre faço, é a de testar novas possibilidades no meu Fluxo de Trabalho e quando encontro um programa desenvolvido pelo mesmo fabricante da câmera, fico bastante confiante em aplicar essa tecnologia. O Sony Catalyst Production Suite é um investimento muito interessante para o seu dia a dia, mas também, você pode encontrar no Sony Catalyst Browse, uma excelente solução gratuita.



O HLG (Hybrid Log Gamma) é um novo perfil de cor disponível na Sony A7R III e é muito similar ao S-LOG3, mas serve principalmente, quando a sua câmera estiver conectada através de cabo USB a um televisor Sony HDR e automaticamente, as imagens serão exibidas sem a necessidade de uma gradação de cor, preservando toda a latitude e utilizando o espaço de cor Rec 2020 (UHD).


A câmera da Sony A7R III, grava internamente vídeos em 4K (3.840 x 2.160 pixels) e em até 30 quadros por segundo, através do formato XAVC S e com uma taxa de dados de 100 Mb/s. Para este novo modelo era até esperado, por um grande número de profissionais, uma melhoria nestas especificações de gravação, mas fica claro, que a Sony continua segmentando as suas linhas de câmeras e dessa maneria, impedindo certas atualizações. Mas vamos observar com mais atenção a estas especificações de gravação?



  • 4K (3.840 x 2.160) até 30 quadros por segundo

  • Formato - XAVC S

  • Compressor - H.264

  • Método de compressão - InterFrame (LongGOP)

  • Taxa de dados de gravação - 100 Mb/s

  • Amostragem de cor - 4:2:0

  • Profundidade de cor - 8 bit



Como colorista, eu confesso que sempre tive certa dificuldade em fazer a gradação de cor, em arquivos oriundos de um compressor H.264 e que utilizam o método de compressão InterFrame, justamente por oferecer um lentidão de leitura pelas estações de pós-produção e de também, possuírem uma baixa taxa de dados.


Como solução para este impasse, eu tenho o hábito de converter os arquivos H.264 InterFrame para outros compressores, como por exemplo o ProRes ou DNxHR, aplicando uma taxa maior de dados e o método de compressão IntraFrame. E este tipo de ação, eu deixo aqui, como uma sugestão para todos vocês e eu gostaria de ampliar esta reflexão, para que eu possa entrar um pouco mais nas questões técnicas.


Quando a luz passa pela lente e chega até o sensor da câmera, estamos trabalhando em um ambiente, ainda sem qualquer tipo de processamento e assim, a informação que está nos sensores é denominada de RAW (do inglês = cru ou não processado). Por isso, que quando gravamos um arquivo de fotografia ou de vídeo em RAW, este costuma ter um tamanho imenso. Afinal, toda a informação é preservada e nada é descartado.


Mas um arquivo RAW, ainda não é propriamente um arquivo de vídeo ou de fotografia, pois novamente, este ainda não foi processado e está em seu estado natural. Seria justo afirmar, que um arquivo RAW é sobretudo a informação contida no sensor e ainda precisa ser interpretada e convertida para um formato de fotografia ou de vídeo. Acredito, que todos vocês têm total razão sobre este fato.


A Sony A7R III possui um sensor com mais de 42 megapixel e já vimos anteriormente, que existirá uma destinação de apenas parte desse sensor, para registrar as imagens em vídeo. Infelizmente, para todos nós profissionais de vídeo, começamos a entender, que o vídeo sempre perde nessa matemática de tecnologia híbrida.


Nós teremos sim, um pouco mais de 15 megapixel destinados ao vídeo, e em uma área de 5K, ou seja, uma área de 5.176 x 2.924 dentro do sensor da Sony A7R III, mas ainda assim, quase duas vezes maior do que precisamos para registrar um vídeo 4K (3.840 x 2.160). Nesse momento, podemos ficar um pouco mais felizes em perceber, que estamos recebemos uma super amostragem de pixels, para gerar os nossos vídeos.


Voltando ao sensor, esta porção de pixels em uma área 5K, está sendo trabalhada pela câmera sem nenhum tipo de processamento e precisa ser transformada em vídeo. O sensor da Sony A7R III lê as imagens através de um espaço de cor RGB e com uma profundidade de cor de 14 bit. Agora a grande pergunta: Como se transformam 15 megapixel em um vídeo 4K? Resposta... Através dos processos de amostragem de cor, profundidade de cor, formato e compressor!


Muitos profissionais não percebem, que quando falamos em amostragem de cor, é na verdade uma "amostra" de uma informação maior. Ou seja, de uma área de 5K, iremos selecionar uma amostra de cor e de um espaço de cor RGB. Assim, através do processo de amostragem de cor, selecionamos esta amostra através de um cálculo matemático, denominado de 4:2:0. Sei que neste momento tudo começa a ficar confuso e de difícil entendimento, mas vocês perceberão, que na verdade é uma conta simples de ser feita.



Amostragem de cor 4:4:4 Amostragem de cor 4:2:2 Amostragem de cor 4:2:0




Vamos seguir este raciocínio... Tendo como informação primária, tudo o que contém na área do sensor da câmera, neste caso uma área com dimensão de 5K (5.176 x 2.924), vamos selecionar 4 pixels por vez, em cada amostragem. Nativamente, as informações que estão no sensor, estão em um espaço de cor RGB e assim, cada pixel individual, contém as informações de cor através das cores primárias RGB (vermelho+verde+azul).


Na primeira ilustração, denominada de amostragem de cor 4:4:4, observamos uma amostragem, que contém 4 pixels, sendo dois pixels superiores e dois pixels inferiores. A fórmula matemática 4:4:4 determina, que a minha amostragem preservará todas as informações contidas nas cores primárias (RGB) em cada um dos 4 pixel e assim, a imagem de vídeo será muito rica, tanto em luminância, representada sempre pela cor verde, quanto muito rica em crominância, representada pelas cores vermelha e azul.


Ficou mais fácil de entender agora? Conforme vamos aprendendo esse tema, mais fácil será o nosso entendimento sobre como um arquivo de vídeo é construído. Nessa amostragem de cor 4:4:4, preservamos todas as informações de luz e de cor, não desperdiçando nada. Mas é claro, que qualidade de informação irá sempre resultar em um arquivo de vídeo grande.


Na segunda ilustração, denominada de amostragem de cor 4:2:2, de imediato percebemos, que algo se perdeu em informação, pois em apenas 2 pixels dos 4 amostrados, encontramos as cores vermelha e azul. E também percebemos, que a cor verde está preservada em todos os 4 pixels. O que isso quer dizer? Simples, que toda a informação de luminância foi preservada, mas que descartamos metade da informação de crominância.


Na terceira ilustração, denominada de amostragem de cor 4:2:0, que é utilizada na Sony A7R III, percebemos que mais informação foi descartada. Encontramos em apenas 1 dos quatro pixels, informações das cores vermelha e azul, mas novamente, encontramos em todos os 4 pixels, informações sobre a cor verde.


E assim, a Sony A7R III, utilizando a fórmula matemática 4:2:0, podemos afirmar, que estamos descartando 75% da informação de crominância (vermelho e azul) e mantendo toda a informação de luminância (verde).




É muito importante entendermos como a tecnologia contida na Sony A7R III funciona, pois estes conceitos contidos na utilização de super sensores fotográficos, serão em sua grande maioria, iguais em outras câmeras e fabricantes. Eu até uso às vezes, de um certo tom de brincadeira para abordar o assunto, mas a fotografia aplica seus recursos para gerar um único quadro e assim, pode com certeza, ter a "liberdade" de gerar arquivos gigantes e com uma qualidade incrível.


Por exemplo, a Sony A7R III, quando gera um arquivo fotográfico em RAW, utilizando a sua melhor resolução, irá gerar um arquivo de 42 Mega de tamanho, tendo uma profundidade de cor de 14 bit e com uma dimensão de 7.952 x 5.304. Claro, que como profissional de vídeo, eu adoraria ter essas mesmas especificações técnicas, transferidas totalmente para o vídeo...


É impossível, pelo menos neste momento da nossa tecnologia, transferir toda essa "liberdade" e qualidade para o universo do vídeo, por causa de uma razão muito simples, no vídeo é necessária a geração de pelo menos 24 quadros por segundo, para se gerar um arquivo e assim, a "ganância" com que o vídeo tem por uma grande quantidade de quadros por segundo, se torna enfim, o seu próprio limitador de tecnologia.


E ainda, se não bastassem esses 24 quadros, necessários para se criar um vídeo, hoje temos o desejo por uma taxa de quadros ainda maior, demandando dos fabricantes patamares de 120 e até 240 quadros por segundo. A partir do momento em que se aumenta a taxa de quadros por segundo, automaticamente a taxa de dados de gravação irá diminuir.


Eu sempre busco refletir e entender cada parte da tecnologia, e a questão dos formatos e compressores é uma grande universidade, pois é necessário um constante estudo, para que a tecnologia comece a fazer sentido. O formato da Sony, XAVC S, deve ser compreendido como uma excelente solução para equipamentos portáteis, como numa câmera fotográfica e esperar que as taxas de dados de gravação subam, talvez seja esperar demais para um equipamento tão pequeno.


Eu trabalho há anos com as câmeras fotográficas, fazendo reportagens fotográficas e em vídeo nas comunidades mais pobres pelo Brasil, registrando diversos projetos de ação social e entendo que portabilidade é igual a cartões pequenos e de baixo custo operacional. E digo mais, adoraria ter a oportunidade de utilizar a Sony A7R III para esse tipo de trabalho, seja este em foto ou em vídeo.


Seguindo com esta reflexão, nós também podemos ampliar o nosso tipo de Fluxo de Trabalho e adicionar alguns acessórios importantes na Sony A7R III, justamente para "turbinar" a nossa taxa de dados de gravação, através de gravadores externos conectados através de cabo HDMI. Neste momento, entramos em um ambiente mais controlado de gravação, destinado aos filmes e documentários.



A Sony A7R III, possui uma conexão de saída de sinal sem compressão HDMI e assim, pode melhorar o seu sinal de vídeo 4K (3.840 x 2.160), através de uma amostragem de cor 4:2:2, mas mantendo a sua profundidade de cor em 8 bit. E é através dessa conexão, que podemos ter uma ampliação em nosso Fluxo de Trabalho, conectando um gravador externo, como por exemplo, o Atomos Sumo19.


Claro, que agora já estamos falando de se trabalhar em um ambiente mais controlado, como num set de filmagem, estúdio ou até mesmo em externas. Enfim, agora subimos um pouco na escala profissional do nosso material, sempre em busca de uma taxa de dados de gravação bem mais robusta, do que o encontrado no formato XAVC S da Sony.


O Atomos Sumo 19 possibilita a gravação das imagens 4K, através de compressores Apple (ProRes) e Avid (DNxHR). Dessa maneira, teremos um substancial aumento nas taxas de dados de gravação e gostaria de entrar um pouco mais nessa reflexão.



  • Sony A7R III - 4K (3.840 x 2.160) - 30 quadros por segundo

  • Saída de sinal sem compressão HDMI

  • Amostragem de cor 4:2:2

  • Profundidade de cor 8 bit

  • Gravação externa com Atomos Sumo 19

  • Compressor ProRes - 4:2:2 - 8 bit - taxa de dados 589 Mb/s (265 GB/hora)

  • Compressor DNxHR SQ - 4:2:2 - 8 bit - taxa de dados 578 Mb/s (260 GB/hora)



Perceberam as diferenças nas taxas de dados de gravação? Claro que sim. É sem sombra de dúvidas um novo e mais elevado universo, aonde as taxas de dados, acompanham de maneira proporcional, as evoluções da tecnologia. Se formos comparar, de uma maneira ainda mais precisa, a Sony A7R III, grava internamente as imagens em 4K, através do seu formato XAVC S, utilizando uma taxa de dados de gravação de 100 Mb/s, ou 45 GB/hora.


Seria justo e correto afirmar, que através de uma gravação externa e utilizando outros compressores, as taxas de dados de gravação seriam simplesmente multiplicadas em 13 vezes!!!



  • XAVC S - 45 GB/hora (internamente)

  • ProRes - 265 GB/hora (externamente)

  • DNxHR SQ - 260 GB/hora (externamente)


A Sony A7R III oferece caminhos diferentes no universo do vídeo, justamente por possibilitar o uso dos perfis de imagem S-LOG2 e S-LOG3, e ampliando a reflexão, na busca por Fluxos de Trabalhos ainda melhores, o Atomos Sumo 19, além de gravar as imagens em 4K, através dos compressores Apple e Avid, também é um monitor de referência. Poucas são são produções realizadas no Brasil, aonde existe a preocupação de se monitorar os sinais de vídeo da maneira correta. Se definirmos, que um monitor é um instrumento de medição de sinais de vídeo, tudo ficará mais simples de entendermos. Mas o quê seria, uma monitoração correta?


Primeiro, e mais importante, é o seu monitor estar calibrado para o mesmo espaço de cor das suas imagens. Se você está gravando uma imagem em alta definição, então o seu monitor tem de estar calibrado para o espaço de cor Rec 709. Agora, como estamos falando de uma câmera que gera imagens em 4K, o espaço de cor é outro, o Rec 2020.


Segundo, como a Sony A7R III oferece perfis de imagem como o S-LOG2 e S-LOG3, um monitor de referência pode ter a opção de aplicação de LUTs e assim, converter automaticamente, um S-LOG3 para o espaço de cor Rec 709 ou Rec 2020. Entendam, vocês continuam a enviar as imagens 4K para o Atomos Sumo 19, através do S-LOG3, mas a sua monitoração estará traduzida para o espaço de cor Rec 709 ou Rec 2020. Assim, o diretor pode ter certeza de como as imagens ficarão durante o processo de pós-produção.






De tempos em tempos, a fotografia chega com as suas mais maravilhosas novidades e conceitos. Então, estejam todos preparados para uma nova evolução, pois quando vocês conhecerem o Pixel Shift Multi Shooting, vão se apaixonar e querer fotografar sem parar. Todos nós, já estávamos acostumados com a possibilidade de tirar múltiplas fotografias, cada uma delas, com uma exposição específica e depois, através de programas de tratamento de imagens, combinar estas fotografias e assim, obter resultados sensacionais. Um recurso muito utilizado para fotografias externas e com problemas de iluminação.


Agora, a Sony chega com o recurso Pixel Shift Multi Shooting, que na minha compreensão, parte de um princípio muito parecido, quando tiramos múltiplas fotografias e com diversas exposições, mas com essa nova ferramenta, o destino é diferente, pois busca tirar quatro fotografias de um mesmo objeto e depois, através de um programa de composição, une as informações e assim, oferece uma única imagem, com uma definição de detalhes sem precedentes.


O Pixel Shift Multi Shooting funciona através do processo de se tirar 4 fotografias RAW sem compressão, de um mesmo objeto, e a cada novo disparo, a câmera desloca a imagem na distância de 1 pixel no sensor. Como cada fotografia na Sony A7R III possui um tamanho de 42 megapixel (7.952 x 5.304), então se multiplicarmos as 4 fotografias, teremos uma informação total de 169,4 megapixel.


Com esta informação gigante, o programa de composição une todas esses pixels e "monta" um novo arquivo com 42 megapixel. O que acontece? Simples, um aumento significativo dos detalhes, cores e texturas, além da eliminação de ruídos e de efeitos "moiré". É claro, que estamos falando de um processo com a utilização de um bom tripé e de disparos através de controle remoto ou de conexão com o computador.




Importante ressaltar, que a tecnologia do Pixel Shift Multi Shooting, não trabalha através de uma interpolação desses pixels, mas sim, com a combinação das informações contidas nas 4 fotografias. Dessa maneira, os resultados serão sólidos e sem qualquer tipo de borrão. Mais uma vez, a Sony traz aos seus consumidores, uma nova tecnologia fotográfica e que encontrará diversas aplicações como, arquitetura, paisagismo, publicidade, ou qualquer tipo de fotografia com uma necessidade de resolução mais ampla.





A Sony A7R III é capaz de registrar até 10 fotografias por segundo, em sua resolução mais alta e ainda, manter o auto-foco, a auto-exposição e o modo silencioso, funcionando todos de maneira simultânea. Tudo graças ao seu novo processador de imagens, o BIONZ X em combinação ao sensor Exmor R BSI CMOS.


Uma das características, que eu mais admiro nas câmeras fotográficas da Sony, é justamente o seu sistema de auto-foco e se formos pensar com mais profundidade, é algo determinante tanto para a fotografia, quanto para o vídeo. E é neste tema, que na minha opinião, a Sony realmente se destaca e transforma a A7R III, em uma tecnologia híbrida.






Seguindo com este tema, a Sony A7R III introduz uma nova tecnologia de foco, denominada de 4D FOCUS e amplia ainda mais, tudo o que entendíamos sobre o quê, uma câmera pode fazer por nós. Mais rápido, mais preciso e mais produtivo, seja para a fotografia ou para vídeo.





A nova câmera da Sony, A7R III, atualizou a sua conexão de dados através de USB 3.1 e assim, aumenta a velocidade também na transmissão de dados, afinal, não vamos esquecer que os seus arquivos de fotografias, em sua resolução máxima, geram arquivos de 42 Mega!! Então imaginem a transferência de uma sessão de fotografias?


E se vocês desejarem controlar a A7R III via computador? A conexão USB 3.1 soluciona a questão. Inclusive está programado o lançamento de uma nova suite da Sony, que possibilitará uma situação de trabalho em estúdio e com controle absoluto das funções da câmera. E ainda, quando você adquire a nova Sony A7R III, você recebe também, o programa de tratamento de imagens da PhaseOne, o Capture One Express (para câmeras Sony).





A cada nova matéria existe uma busca por respostas, realizada inicialmente, através de uma reflexão primária: A Sony A7R III é uma câmera fotográfica criada para os fotógrafos ou para os cineastas? A resposta mais honesta seria... Para ambos os profissionais, porque já não existe mais a separação entre um fotógrafo e um cineasta. As tecnologias e as funções foram fundidas em algo, que ainda não existe nomenclatura específica.


Julgo isso através de tudo o que eu faço atualmente, seja como repórter fotógrafo, cinegrafista, colorista ou até mesmo instrutor, está tudo misturado. Acredito, que seria mais justo afirmar, que hoje eu sou um profissional de imagens e que esta função, pode até ser descrita como híbrida. Nada se perde nesse universo de imagens e nos obriga a entender de múltiplas atividades. A cada reflexão que eu fiz aqui, ainda sob um ponto de vista particular e distinto, deve ser compreendido como um esforço honesto na busca por entender e inclusive, determinar em qual universo eu estou trabalhando.


A Sony A7R III é um reflexo de tudo isso e que também transita por diversos universos. Fica claro para mim, o quanto de esforço foi destinado pelo fabricante, em cobrir todas as lacunas de mercado também híbrido. E assim, confesso o meu desejo em experimentar toda essa tecnologia, que a Sony nos apresenta.


Hoje a fotografia e o vídeo não lutam entre si e não existe algo que seja maior ou menor, mas sim, existe uma grande mistura entre tecnologias e que na pior das hipóteses, traz a todos nós soluções maravilhosas.


Websites:

Sony USA (A7R III) : link

Sony USA (A7R III especificações) : link

Sony USA (Catalyst Production Suite) : link

Sony USA (Catalyst Browse) : link

BlackMagic Design (DaVinci Resolve 14) : link

Atomos (Sumo 19) : link

PhaseOne (Capture One for Sony) : link

Documentos para download em formato PDF:

Sony A7R III (Brochura) : link

Sony Catalyst Production Suite (Brochura) : link

Sony Catalyst Browse (Manual) : link

DaVinci Resolve 14 (Guia de Instalação) : link

Sumo 19 (Brochura) : link

Capture One 10 (Manual) : link

XAVC (Manual) : link

ProRes (Manual) : link

DNxHR (Manual) : link

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